19. se vi alguém morrer por falta de roupa ou agasalho, ou o necessitado sem cobertor,
20. e o seu coração não me abençoou porque o aqueci com a lã de minhas ovelhas,
21. se ergui a mão contra o órfão, valendo-me da influência que exerço no tribunal;
22. então que o meu braço se rasgue do ombro, e se rompa da articulação.
23. Porquanto grande era meu medo que Deus viesse a destruir-me, e temendo o esplendor da sua majestade jamais poderia cometer tais ofensas.
24. Se depositei no ouro a minha segurança, ou cheguei a pensar em relação ao ouro refinado: ‘Tu és a minha confiança e a minha esperança!’
25. Se me alegrei por ser muito rico, e por ter conquistado bens e riquezas;
26. se olhei para o sol, quando brilhava, ou para a lua, quando ela caminhava alta e esplendorosa ,
27. e o meu coração foi enganado em segredo, e a minha mão mandou beijos de adoração;
28. da mesma forma esses seriam pecados merecedores de condenação e castigo, pois eu teria sido desleal para com Deus, que está nas mais elevadas alturas.
29. Se a desgraça do meu inimigo me fez sorrir ou me alegrou intimamente, ou ainda se as provações pelas quais passou me geraram algum prazer;
30. eu, que jamais permiti que minha boca pecasse, lançando maldição sobre ele;
31. se os que vivem em minha casa jamais tivessem declarado: ‘Quem nunca recebeu de Jó um naco de carne?’,
32. considerando que nenhum estrangeiro teve que passar a noite na rua, pois a minha porta sempre esteve aberta ao peregrino;
33. se escondi o meu erro, como fez Ish, Adão, encobrindo em minhas entranhas o meu próprio pecado,
34. com tanto medo da multidão e do desprezo dos familiares que me calei e não saí da porta de casa para fora.
35. Ah! Se alguém me desse ouvidos! Nesse momento assino a minha defesa. Que o Todo-Poderoso me responda; que qualquer que aponte os meus erros faça a sua denúncia por escrito.
36. Eu bem que a carregaria nos ombros e a ataria sobre minha cabeça como coroa!