7. Muitos sonhos, e sonhos absurdos, acabam provocando conversas insensatas. Tu, porém, conserva o temor, o teu amor reverente, a Deus!
8. Se em uma província vês um pobre oprimido, e as leis e a justiça violadas, não fiques perplexo: quem está no alto tem sempre outro mais alto que o vigia, e sobre ambos há outros ainda mais altos.
9. O proveito da terra a todos pertence, até mesmo o rei se serve da agricultura e por ela e seus trabalhadores deve zelar.
10. Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas, nunca se sentirá em paz e feliz com seus rendimentos. Certamente, isso também é ilusão, vaidade.
11. Onde aumentam os bens, aumenta o número daqueles que os devoram; que vantagem trazem os bens ao seu proprietário, senão dar um pouco de alegria aos seus olhos?
12. Coma muito ou coma pouco, o sono do trabalhador é gostoso; mas o rico farto nem ao menos consegue adormecer em paz.
13. Há um mal terrível que observei debaixo do sol: riquezas que o dono avarento acumula para a sua própria desgraça!
14. Basta um mau negócio, e tudo poderá se perder; se tiver um filho, este ficará de mãos vazias.
15. O ser humano sai nu do ventre de sua mãe; assim como vem ao mundo, assim parte deste. De todo o trabalho em que se extenuou nada poderá levar consigo!
16. Mas há ainda outro mal doloroso: concluir ao final da vida que simplesmente correu atrás do vento; do mesmo modo como veio; assim vai.
17. Consome todos os seus dias perambulando nas trevas, sofrendo grandes desapontamentos, doenças e amarguras.
18. E, na experiência da vida, descobre que o melhor e o que mais vale a pena é: comer, beber, e desfrutar o resultado de todo trabalho realizado debaixo do sol durante os poucos anos que Deus lhe concede, porquanto esta é a sua porção e recompensa.