7. Chamou a si os doze, e começou a enviá-los de dois a dois, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos,
8. e ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão um bordão; nem alforje, nem pão, nem dinheiro no cinto;
9. mas que calçassem sandálias e que não vestissem duas túnicas.
10. E dizia-lhes: Na casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali.
11. E, quando alguns vos não receberem, nem vos ouvirem, saindo dali, sacudi o pó que estiver debaixo dos vossos pés, em testemunho contra eles. Em verdade vos digo que haverá mais tolerância no Dia do Juízo para Sodoma e Gomorra do que para os daquela cidade.
12. E, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse.
13. E expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam.
14. E ouviu isso o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara notório) e disse: João, o que batizava, ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele.
15. Outros diziam: É Elias. E diziam outros: É um profeta ou como um dos profetas.
16. Herodes, porém, ouvindo isso, disse: Este é João, que mandei degolar; ressuscitou dos mortos.
17. Porquanto o mesmo Herodes mandara prender a João e encerrá-lo manietado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto tinha casado com ela.
18. Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão.
19. E Herodias o espiava e queria matá-lo, mas não podia;
20. porque Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo; e guardava-o com segurança e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa vontade o ouvia.
21. E, chegando uma ocasião favorável em que Herodes, no dia do seu aniversário, dava uma ceia aos grandes, e tribunos, e príncipes da Galileia,
22. entrou a filha da mesma Herodias, e dançou, e agradou a Herodes e aos que estavam com ele à mesa. Disse, então, o rei à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu to darei.
23. E jurou-lhe, dizendo: Tudo o que me pedires te darei, até metade do meu reino.
24. E, saindo ela, perguntou à sua mãe: Que pedirei? E ela disse: A cabeça de João Batista.
25. E, entrando apressadamente, pediu ao rei, dizendo: Quero que, imediatamente, me dês num prato a cabeça de João Batista.
26. E o rei entristeceu-se muito; todavia, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, não lha quis negar.
27. E, enviando logo o rei o executor, mandou que lhe trouxessem ali a cabeça de João. E ele foi e degolou-o na prisão.