Capítulos

  1. 1
  2. 2
  3. 3
  4. 4
  5. 5
  6. 6
  7. 7
  8. 8
  9. 9
  10. 10
  11. 11
  12. 12
  13. 13
  14. 14
  15. 15
  16. 16
  17. 17
  18. 18
  19. 19
  20. 20
  21. 21
  22. 22
  23. 23
  24. 24
  25. 25
  26. 26
  27. 27
  28. 28
  29. 29
  30. 30
  31. 31
  32. 32
  33. 33
  34. 34
  35. 35
  36. 36
  37. 37
  38. 38
  39. 39
  40. 40
  41. 41
  42. 42

Velho Testamento

Novo Testamento

Job 34 Almeida Revista e Corrigida (Portugal) (ARCPT)

Eliú acusa Job de falar injustamente de Deus

1. RESPONDEU mais Eliú, e disse:

2. Ouvi, vós, sábios, as minhas razões: e vós, entendidos, inclinai os ouvidos para mim.

3. Porque o ouvido prova as palavras, como o paladar prova a comida.

4. O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom.

5. Porque Job disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito.

6. Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão.

7. Que homem há como Job, que bebe a zombaria como água?

8. E caminha em companhia dos que obram a iniquidade, e anda com homens ímpios?

9. Porque disse: De nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus.

10. Pelo que vós, homens de entendimento, escutai-me: longe de Deus a impiedade, e do Todo-Poderoso a perversidade!

11. Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga; e faz que cada um ache segundo o seu caminho.

12. Também, na verdade, Deus não procede impiamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo.

13. Quem lhe entregou o governo da terra? E quem dispôs a todo o mundo?

14. Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego,

15. Toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó.

16. Se, pois, há em ti entendimento, ouve isto; inclina os ouvidos à voz do meu discurso.

17. Porventura o que aborrecesse o direito governaria? E quererás tu condenar aquele que é justo e poderoso?

18. Ou dir-se-á a um rei: Ó Belial? Ou aos príncipes: Ó ímpios?

19. Quanto menos àquele que não faz aceção das pessoas de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque todos são obra das suas mãos.

20. Eles num momento morrem; e até à meia-noite os povos são perturbados, e passam, e os poderosos são tomados sem mão.

21. Porque os seus olhos estão sobre os caminhos de cada um, e ele vê todos os seus passos.

22. Não há trevas, nem sombra de morte, onde se escondam os que obram a iniquidade.

23. Porque não precisa considerar muito no homem para o fazer ir a juízo diante de Deus.

24. Quebranta os fortes, sem que se possa inquirir, e põe outros em seu lugar.

25. Ele conhece, pois, as suas obras; de noite os transtorna, e ficam moídos.

26. Ele bate-lhes como ímpios que são, à vista de quem os contempla;

27. Porquanto se desviaram dele, e não compreenderam nenhum dos seus caminhos,

28. Para fazer que o clamor do pobre subisse até ele, e que ouvisse o clamor dos aflitos.

29. Se ele aquietar, quem, então, inquietará? Se encobrir o rosto, quem, então, o poderá contemplar, seja para com um povo, seja para com um homem só?

30. Para que o homem hipócrita nunca mais reine, e não haja laços no povo.

31. Na verdade, quem disse a Deus: Sofri, não pecarei mais;

32. O que não vejo, ensina-mo tu; se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de fazer?

33. Virá de ti como há de ser a recompensa, para que tu a desprezes? Faze tu, pois, e não eu, a escolha; que é logo o que sabes? Fala!

34. Os homens de entendimento dirão comigo, e o varão sábio que me ouvir:

35. Job falou sem ciência; e às suas palavras falta prudência.

36. Pai meu! provado seja Job até ao fim, pelas suas respostas, próprias de homens malignos.

37. Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate as palmas, e multiplica contra Deus as suas razões.