Capítulos

  1. 1
  2. 2
  3. 3
  4. 4
  5. 5
  6. 6
  7. 7
  8. 8
  9. 9
  10. 10
  11. 11
  12. 12
  13. 13
  14. 14
  15. 15
  16. 16
  17. 17
  18. 18
  19. 19
  20. 20
  21. 21
  22. 22
  23. 23
  24. 24
  25. 25
  26. 26
  27. 27
  28. 28

Velho Testamento

Novo Testamento

Mateus 13 Almeida Revista e Corrigida (Portugal) (ARCPT)

A parábola do semeador

1. TENDO Jesus saído de casa, naquele dia, estava assentado junto ao mar;

2. E ajuntou-se muita gente, ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé, na praia.

3. E falou-lhe de muitas coisas, por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.

4. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;

5. E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;

6. Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.

7. E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na.

8. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta, e outro a trinta.

9. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

10. E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?

11. Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;

12. Porque, àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas, àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.

13. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem.

14. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis.

15. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de mau grado com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.

16. Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.

17. Porque, em verdade vos digo que, muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.

18. Escutai vós, pois, a parábola do semeador.

19. Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho;

20. Porém, o que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria;

21. Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende;

22. E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas, sufocam a palavra, e fica infrutífera;

23. Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.

A parábola do trigo e do joio

24. Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo;

25. Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.

26. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.

27. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio?

28. E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?

29. Porém ele lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis, também, o trigo com ele.

30. Deixai crescer ambos, juntos, até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos, para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.

As parábolas do grão de mostarda e do fermento

31. Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo;

32. O qual é, realmente, a mais pequena de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.

33. Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.

34. Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas;

35. Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.

Explicação da parábola do joio

36. Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.

37. E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente é o Filho do homem;

38. O campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino e o joio são os filhos do maligno;

39. O inimigo, que o semeou, é o diabo; a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.

40. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo.

41. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade.

42. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.

43. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino do seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

Parábolas, do tesouro escondido, da pérola, da rede

44. Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.

45. Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas;

46. E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.

47. Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, que apanha toda a qualidade de peixes.

48. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora.

49. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos,

50. E lançá-los-ão na fornalha de fogo: ali haverá pranto e ranger de dentes.

51. E disse-lhes Jesus: Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor.

52. E ele disse-lhes: Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.

53. E aconteceu que Jesus, concluindo estas parábolas, se retirou dali.

54. E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas?

55. Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão e Judas?

56. E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?

57. E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.

58. E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.